A economia dos Estados Unidos, maior do mundo, abriga as principais empresas globais e conta com o mercado de capitais mais avançado, exercendo uma influência significativa sobre os demais países. Contudo, seu futuro é frequentemente visto como incerto, tornando desafiadora qualquer tentativa de previsão e impactando diretamente investimentos internacionais. Em 2025, com Donald Trump assumindo novamente a presidência, os mercados acompanham atentamente para determinar se o republicano adotará um posicionamento mais moderado ou se implementará medidas mais radicais, como tarifas de importação de até 60%, restrições imigratórias severas e cortes expressivos de impostos para pessoas físicas e jurídicas.

Nesse contexto, destacam-se cinco pontos cruciais para quem planeja investir no exterior em 2025:

  1. Os Estados Unidos devem liderar, por enquanto
    Rodrigo Azevedo, ex-diretor do Banco Central e gestor de fundos da Ibiúna Investimentos, acredita que “os mercados estão preparados para uma estratégia de impacto”, sugerindo que Trump seguirá suas promessas de campanha. Segundo ele, essa postura deve beneficiar a economia americana em relação às da Europa e de mercados emergentes. O protecionismo esperado nos Estados Unidos pode impulsionar o mercado de ações, com perspectivas de ganhos entre 10% e 15%, de acordo com Paulo Leme, presidente do Comitê Global de Alocação da XP Advisory.
  2. Alerta para mercados emergentes
    Quem planeja investir em países emergentes, como China, Índia, México e Coreia do Sul, deve considerar a opinião de Paulo Leme: “a combinação de políticas de Trump é desfavorável para esses mercados”. Ele destaca que essas economias podem perder espaço para reduzir juros, enfrentarão taxas mais altas e observarão fluxos de capital direcionados aos EUA, fortalecendo o dólar e desvalorizando moedas emergentes.
  3. Prepare-se para a volatilidade
    Trump é conhecido por gerar instabilidade geopolitética, criando cenários de incerteza que podem afetar investimentos globais. Segundo Leme, o padrão de Trump é “gerar ruídos e instabilidade antes de negociar em seu favor”. Contudo, erros de cálculo em situações sensíveis, como em Taiwan, podem desencadear consequências imprevisíveis. Por isso, embora não esteja otimista com a renda fixa americana, Leme recomenda manter exposição aos treasuries, que funcionam como proteção em cenários extremos.
  4. Oportunidades de curto prazo
    Com as incertezas de longo prazo, os investidores de curto e médio prazo podem encontrar boas oportunidades no governo Trump. Martha Matsumura, analista de investimentos da XP, considera que o contexto atual cria um “enredo perfeito” para investimentos mais rápidos. Roberto Indech, chefe de relações institucionais de renda variável da XP, concorda e ressalta que a volatilidade – uma característica esperada do novo mandato – é algo que favorece investidores que buscam ganhos diários.
  5. Diversifique sua carteira internacional
    Apesar do destaque dos EUA, investir exclusivamente nessa economia pode trazer riscos. Leonardo Otero, fundador da Arbor Capital, enfatiza a importância de olhar para outras regiões, como forma de mitigar riscos geográficos. Ademais, a desvalorização de ativos em mercados emergentes pode representar oportunidades interessantes. Tiago Reis, presidente do Conselho do Grupo Suno, destaca que “a Bolsa americana está aquecida, mas outras regiões estão subvalorizadas”, recomendando diversificação em moedas internacionais.

Em suma, o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos promete um cenário de mudanças, volatilidade e oportunidades. Investidores devem estar atentos a esses desdobramentos e avaliar cuidadosamente como estruturar suas carteiras para aproveitar os ganhos potenciais enquanto minimizam os riscos associados.


0 comentário

Deixe um comentário

Espaço reservado para avatar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *